segunda-feira, 15 de agosto de 2011

2º ANO: 3º BIMESTRE - AGOSTO 01


Saudações Alunos do 2º Ano
OBS: ESTA ATIVIDADE VALE 2 PONTOS!


Nesta oportunidade a tarefa é a seguinte:

Leia o texto e faça um resumo acerca daquilo que você entendeu sobre o dramaturgo brasileiro Luis Carlos Martins Pena

O NOVIÇO, MARTINS PENA - O RETRATO DA SOCIEDADE CARIOCA DO SÉCULO XIX


            
I - AUTOR:



Luís Carlos Martins Pena nasceu em 18l5, no Rio de Janeiro, onde passou a maior parte de sua vida. Estudante da Academia de Belas-Artes dedicou-se à atividade literária, tendo publicado folhetins no Jornal do Comércio.

Foi entre nós, o fundador do Teatro de Costumes, onde a sátira tem como personagem a sociedade brasileira de então, suas convenções ultrapassadas, hipocrisias e corrupções. Foi decisivo o seu passo na evolução do teatro brasileiro, assim como foi patente a contribuição histórico-sociológica, além da linguística; e sobre aquela já afirmava Silvio Romero que, se todos os documentos e fontes históricas nos faltassem seria possível reconstruir a vida da sociedade brasileira tão somente através das comédias de Martins Pena.
Alcançou muito sucesso junto ao público, uma vez que a linguagem e o ambiente de suas peças são predominantemente populares e retratam de forma viva e pitoresca a sociedade da época.
Escrevendo farsas alegres, trazem um pré-realismo de sabor popular. Ora em cenário de ambiente rural, resgata os valores do homem do campo, sua cultura tradicionalista, seu moralismo; ora, de ambientação urbana, traça um painel da sociedade de seu tempo, denunciando-a.
O aspecto cômico chega por vezes tornar-se caricatural apresentando em suas peças elementos “típicos”, “caricaturais” da comédia pastelão.
Martins Pena escreveu vinte e duas comédias e seis dramas. Morreu em 1848, Lisboa, vítima de tuberculose. É patrono da cadeira 29 da ABL.

II – ESTILO LITERÁRIO:

Comédia romântica em três atos, encenada pela primeira vez em 1845, no Teatro de São Pedro, Rio de Janeiro. 
A peça toda lembra as comédias pastelões dos anos 10, com personagens caricatos, situações mirabolantes, perseguições e violência gratuita.
As características românticas de “O Noviço” são o maniqueísmo, o "happy end", a temática da liberdade e a presença da cor local. Mas existem alguns elementos nesta peça que não se ajustam ao romantismo, como por exemplo, a denúncia social que se dá por meio do humor, da sátira e das caricaturas, e o comportamento pouco convencional, em termos de heroísmo romântico, de seu herói: Carlos utiliza-se de meios moralmente pouco recomendáveis para atingir o que pretende, aproximando-se deste ponto de vista do vilão, Ambrósio. Além disso, a união dos fracos e enganados (Florência e Rosa) contra a força (Ambrósio), transformando em capacidade de luta a submissão e em esperteza a ingenuidade, constitui recurso pouco frequente nos textos tradicionalmente românticos.

III - CARACTERÍSTICAS:

A peça “O Noviço” mostra-se como um todo harmônico e bem constituído, no que se refere à solidez das personagens, bem como na sua função de denúncia, sem moralismos, do comportamento social da sociedade carioca do século XIX. A espontaneidade dos diálogos é outro ponto alto na obra, conduzindo a uma visão realista dos fatos sociais. A ação apresenta uma simplicidade e um caráter puramente cômico que agrada o público, despertando seu profundo interesse e seu humor de forma quase imediata.
Talvez o grande mérito de Martins Pena tenha sido a espontaneidade com que fotografou o seu meio, uma facilidade quase orgânica e inconsciente, transmitindo ao leitor uma ação simples e sólida, mas que atinge sua meta: fazer rir. 
- Efeito cômico imediato;
- Superficialidade psicológica das personagens;
- Utilização de recursos cênicos primários (o efeito do humor dependendo mais da ação que do diálogo);
- Linguagem coloquial;
- Cotidiano;
- Expressões típicas nacionais;
- Sátira à linguagem culta (preciosismo);
- Ação dinâmica.

IV - PERSONAGENS:

As personagens são reflexos nítidos de uma realidade brasileira, capaz mesmo dar testemunho dos caracteres sociais do século XIX, e pretender a transformação do fictício em fato.
As personagens da peça não possuem densidade psicológica, já que são constituídas por meio de estereótipos e de recursos caricaturais que as transformam em "tipos", sem identidade definida. Assim, temos a capacidade inconsciente de contribuir para os costumes viciosos e ridículos através da repetição de nossos erros, transformando-nos algumas vezes em personagens de comédias e farsas.

Ambrósio - marido de Florência, velhaco, esperto, falso e ganancioso 
Florência - viúva rica, casada em segunda vez com Ambrósio, mãe de dois filhos, ingênua, submissa, personalidade fraca e iludida.
Carlos - sobrinho de Florência, apaixonado pela prima Emília, é o noviço, rebelde. Herói da peça, mas não típico romântico, uma vez que os meios de que se utiliza para atingir seus objetivos aproximam-se daqueles usados por Ambrósio.
Emília - filha de Florência, símbolo de obediência e resignação.
Juca - filho de Florência, garoto de nove anos, “comprado” com presentes para obedecer aos planos do padrasto e mãe submissa.
Rosa - Primeira esposa de Ambrósio, provinciana e ingênua.
Padre-Mestre - responsável pelos noviços na ordem de São Bento, é ridicularizado por ser sempre ludibriado pelo noviço.
José - criado da casa e cúmplice de Ambrósio.
Jorge – vizinho e dono de uma loja.

V - TEMPO E ESPAÇO:

A ação se passa no Rio de Janeiro. 
O tempo é cronológico e se passa na primeira metade do Século XIX,o que pode ser comprovado pelos hábitos da sociedade carioca focalizada no enredo.

VI – ESTRUTURA DA OBRA:

É dividido em três atos, em vez de possuir apenas um, como a maioria dos outros trabalhos, podendo, assim, desenvolver melhor tanto a trama quanto os tipos.
O primeiro ato apresenta 16 cenas; o segundo, 9 cenas; e o terceiro, 19 cenas. Cada cena é marcada pela entrada ou saída de uma das personagens.
No primeiro ato apresentam-se o hipócrita e interesseiro Ambrósio, que casou com a crédula Florência; o noviço Carlos que com mais vocação para militar fugiu do convento para casar-se com Emília (filha de Florência e sua prima). Aparece também Rosa, primeira esposa de Ambrósio (não havia divórcio na época), que foi abandonada por ele após ter seus bens roubados. Carlos encontra Rosa e esta fornece-lhe meios para chantagear Ambrósio e permitir-lhe sair corretamente do convento, retirar Emília e Juca (irmão mais novo de Emília) da vida religiosa que Ambrósio planejava para eles e casar com Emília.
A chantagem ocorre no segundo ato, junto com a revelação a Florência de que o marido é bígamo; Ambrósio foge.
No terceiro ato, após muita confusão, Ambrósio é preso, Carlos liberto de ir ao convento ou ser preso (ele atacara um frade na fuga) e o casal fica livre para casar.


As respostas devem ser enviadas no modelo oficial – enviado por e-mail - de arquivo de texto, fonte Times New Roman, tamanho 12 para o seguinte endereço eletrônico: sedesportugues@gmail.com, até a data de 17 de agosto (quarta-feira). Lembre-se que seu livro e a internet podem e devem ser utilizados como fonte de pesquisa. 

PROF. DANIEL

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